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segunda-feira, 12 de março de 2012

CORINTHIANS DÁ DE OMBROS PARA A ALTITUDE DO MÉXICO


Liedson esteve no confronto com o Cruz Azul em 2003
e sofreu com a altitude

A comissão técnica do Corinthians não acredita na possibilidade de a altitude da Cidade do México influenciar negativamente no desempenho dos jogadores na partida contra o Cruz Azul, nesta quarta-feira, pela fase de grupos da Copa Santander Libertadores.
Não houve qualquer tipo de preparação especial para encarar os cerca de 2.400 metros acima do nível do mar da capital mexicana. Decidiu-se apenas pelo descanso, com a retirada da imensa maioria dos atletas do duelo diante do Guarani, no último sábado, pelo Paulistão.
Na visão dos estafe do técnico Tite, os tradicionais problemas causados pela altitude, como tontura e náuseas, não são sentidos com nível abaixo dos 2.800 metros.
"Optamos por não trabalhar com nada específico" confirmou o fisioterapeuta Bruno Mazziotti.
O profissional da comissão técnica do Timão lembrou que, pelo fato de a delegação ter viajado ao México três dias antes do jogo, as possíveis consequências negativas do ar rarefeito serão minimizadas.
"Viajamos com antecedência. Alguns organismos podem até sentir, mas a imensa maioria não deverá ter qualquer alteração" disse.
A decisão da atual comissão técnica foi bem diferente daquela que os comandados de Geninho tomaram em 2003, quando o Corinthians encarou o mesmo Cruz Azul pela competição sul-americana. Na ocasião, o clube adquiriu um aparelho chamado GO2 Altitude. A precaução daquela época não surtiu o efeito desejado, já que alguns jogadores sentiram queimação nas narinas e dificuldade de respirar.
Além disso, o Corinthians acabou goleado pelo Cruz Azul, por 3 a 0. Para Geninho, a velocidade da bola, que aumenta em cidades com altitude, foi um obstáculo complicado para sua equipe. Agora, sem qualquer preparação especial, será que o resultado será diferente? É aguardar até o fim da partida...
EXPERIÊNCIA EM 2003
O aparelho utilizado
GO2 Altitude, cedido gratuitamente pelo professor de fisiologia Luiz Osório Portela, da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Na época, o profissional desenvolvia uma pesquisa dos efeitos da variação de altitude no corpo humano.
Como funcionava
Ele retinha partículas de oxigênio, controlando a quantidade e simulando as mesmo condições do ar em altitudes, variando entre o nível do mar e os 6 mil metros. Os jogadores foram expostos à hipoxia (falta de oxigênio), respirando durante um minuto como se estivessem a 6 mil metros de altitude. Isso ajudou a estabelecer os limites de cada um
dos atletas para suportar um período maior, que seria o de 90 minutos.
Lembranças da altitude
Moraci Sant?Anna, auxiliar de Geninho na época, afirmou: ?Os jogadores sentiram uma queimação nas narinas, devido ao ar rarefeito, à falta de umidade e à poluição. Alguns tiveram um certo ardor ao respirar, após alguns minutos de corrida, normal para quem não está acostumado à altitude?.
Remanescente: Liedson
Liedson é o único jogador do atual elenco do Corinthians que esteve no confronto de 2003, que terminou com vitória mexicana por 3 a 0. Ele não teve tantas chances de marcar gol, já que a equipe foi dominada.
POSSÍVEIS EFEITOS DA ALTITUDE NO CORPO HUMANO
Olhos
A claridade do ambiente, que é maior, agride os olhos e pode provocar fadiga ocular ou até cegueira momentânea.
Cérebro
Aumento da circulação sanguínea faz com que o cérebro inche. Sem ter para onde se expandir, ele fica comprimido no crânio, o que causa dor de cabeça. A falta de O2 pode dar até alucinações.
Paladar
A perda de líquidos desequilibra os sais do corpo, como o cloreto de sódio. A pessoa pode perder o apetite e ter sintomas parecidos com os da anorexia.
Tecidos
As áreas mais expostas do corpo humano são pés, mãos, dedos e nariz. O frio, provocado pela altitude, e o déficit de oxigênio podem chegar a matar ou prejudicar esses tecidos.
Sangue
A freqüência cardíaca aumenta e mais glóbulos vermelhos, que transportam O2, são produzidos e vão para o sangue. Ele fica mais espesso, o que acarreta um problema para vasos mais finos.
Pulmões
Quanto maior é a altitude de um ambiente, menos denso fica o ar e menor a quantidade de O2. O ritmo com que buscamos ar aumenta e mais gás carbônico (CO2) é eliminado, o que altera a acidez do sangue.
FICHA TÉCNICA DE 2003:
Copa Libertadores
Cruz Azul 3x0 Corinthians
Data: 26/03/2003
LOCAL: Estádio Azul, Cidade do México
ÁRBITRO: Gilberto Hidalgo (Peru)
ASSISTENTES: Martín Cabrera e Jorge Jaimes (ambos do Peru).
GOLS: 6' Campos, 45' Cacho, 67' Palencia.
CARTÃO AMARELO: Hernández; Anderson.
CRUZ AZUL: González; Brown, Galindo, Osorio (28' Cabrera), Gutiérrez; Hernández, Jiménez, Davino (85' Corona), Campos; Cacho (6' Zepeda) e Palencia. Técnico: Enrique Meza.
CORINTHIANS: Doni; Rogério, Anderson, Fábio Luciano, Kléber; Fabinho, Vampeta, Jorge Wagner (83? Fumagalli), Leandro; Liedson e Gil (68' Renato). Técnico: Geninho.
COM A PALAVRA: Bruno Mazziotti, fisioteraputa do Timão
'Como a altitude é menor do que 2.800 metros acima do mar, a comissão técnica optou por não trabalhar com nada específico, optou por não fazer um trabalho especial. Além disso, viajaremos para o México já no domingo, o que vai nos ajudar nessa adaptação àquela cidade. A gente sabe que alguns organismos podem até sentir alguma coisa, mas a imensa maioria não deve ter qualquer alteração porque essa altitude não é uma questão aguda. Acreditamos que os dois dias de estadia no México serão suficientes para essa adaptação. Quando se ouve brasileiros que jogaram lá falando que isso pode ser um problema, eu vejo mais como uma situação de quem ficou lá por vários dias e acabou sentindo no início de sua passagem por lá.'

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